domingo, 24 de maio de 2009

Eu não quero ser só mais um vértice desse triângulo. Vai ser desse jeito que a nossa história irá terminar, ou é apenas mais um capítulo que começa? Não quero culpar, nem ao meu cheiro, nem aos meus olhos, nem aos meus carinhos, porque eles existem só por você. Pelo menos enquanto está por perto, toda parte de meu corpo pulsa voluntáriamente, só pela sua presença. Porém quando está distante a história muda. Você diz que sua voz nunca falou mais alto que a minha, que a dele, dane-se! Estamos presos nessa novela sem fim e sem começo, de ponta cabeça, amarrados um ao outro. Você sabe, você sente, você vê que somos diferentes. Diferentes pra melhor ou pra pior? Não importa agora, temos um ao outro, temos dores, gritos abafados, temos nossas músicas, nossos olhares, nossas internas e as nossas mãos sobre o vidro embaçado de um carro negro como a noite que o cobria. Teu abraço se encaixa no meu e as nossas palavras se completam. Mas sabemos bem, que o capítulo se repete, que as falas nunca mudam, e a sua voz nunca é mais forte. Minha infantilidade não parte. Nós perdemos denovo. Deveria dizer nós? Porque felicidade é relativa, eu perdi também. Nós que contávamos nos dedos as semelhanças encontradas a cada dia, agora mortos, agora enterrados, agora febris. O fato de termos mudado, e de você partir, são as únicas semelhanças que me restam. Um remendo mal feito em um coração já cansado.

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